Cumprindo a agenda de atividades práticas do Curso Técnico em Agronegócio, oferta do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar – Acre), foi realizada na última terça-feira (23) uma visita de campo à sede do Projeto Reca (Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado), que completou 30 anos de existência em 2019.

A sede do Reca, localizada no Distrito de Nova Califórnia (Porto Velho – RO), abriga uma organização de base familiar comunitária, promovendo através desta a sustentabilidade produtiva aliada à assistência técnica, além de integrarem o Projeto Carbono Neutro da marca Natura.

E foi para aprender mais sobre a assistência técnica aliada à diversas formas de produção que os acadêmicos do curso estiveram no estado de Rondônia, cumprindo a execução do módulo “Assistência Técnica e Extensão Rural” sob supervisão do tutor Jalceyr Pessoa.

Gicarlos Souza de Lima, técnico agropecuário que já trabalha no Reca há quatro anos, foi o guia da turma dentro da propriedade, sendo que, além da sede do projeto, foram visitadas outras duas áreas: as propriedades de Silvino Sordi e Semildo Kaefer, sócios-fundadores do Projeto.

“Além de atuar como técnico, trabalho diretamente com a assistência técnica, compostagem e sou o responsável pela parceria com a Natura. Sempre estamos disponíveis para visitas, e achamos importante que os alunos tenham essa vivência para, futuramente, mostrar aos produtores que o processo de cooperativismo e associativismo pode dar certo”, destacou Gicarlos.

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

Durante a visita à propriedade de Silvino Sordi, uma verdadeira aula de História foi passada aos visitantes. Atualmente com 77 anos, Sordi é um dos fundadores do Projeto Reca e veio originalmente do Rio Grande do Sul; de acordo com seu relato, os migrantes “aliaram técnica com a prática para obter nosso resultado de sobrevivência”.

“Gaúchos, catarinenses, paranaenses... Muitos vieram para cá com esse conhecimento que já era assistência técnica da época. Houve o choque cultural na região acreana, que possui suas particularidades, mas soubemos nos adaptar e perdurar na mata. O Reca surgiu de uma necessidade, e só deu certo porque os produtores acreditaram que aquela poderia ser a própria mudança, e foi nele que a energia deles foi depositada”, afirmou Silvino.

NOVAS GERAÇÕES

Para Karine Almeida, aluna que participou da excursão, a experiência foi enriquecedora e com certeza será lembrada em sua futura atuação profissional como técnica do agronegócio: “É uma experiência diferente, mesmo tendo visitado outras cooperativas. Aqui podemos perceber um modelo de cooperativa que realmente está funcionando. Em outras visitas, não sentimos esse aproveitamento que é via de regra aqui no Projeto Reca. Além de concluir este curso, tenho formação em Agronomia, e consigo ver esse diferencial.”

“Não existe produtor bem-sucedido sem conhecimento técnico. Essa parceria aumenta e muito as chances de desenvolvimento das propriedades. Conhecer a atuação do Reca é mostrar que existem diversos modelos de desenvolvimento aliado à sustentabilidade e à união comunitária”, disse Katiane Lima, pedagoga do Senar – AC e coordenadora do curso.

Na tarde da última sexta-feira (13), foi realizada, na sede do Sebrae - AC, a 6ª reunião da Câmara Técnica do Agronegócio, ligada ao Fórum Permanente de Desenvolvimento do Acre.

A Câmara, presidida pelo titular da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (Faeac), Assuero Veronez, prosseguiu com a definição das rotas para o desenvolvimento do agronegócio acreano, uma das principais apostas da nova gestão governamental do Estado.

O encontro deu sequência ao planejamento trabalhado nas reuniões anteriores, que visa o fortalecimento integrado entre as instituições ligadas diretamente à agricultura e pecuária acreanas, além de buscar os elementos necessários para a construção de um agronegócio acreano próspero e qualitativo nos próximos anos.

Osmar Vicentin, consultor do Fórum, relembrou aos presentes os objetivos estratégicos determinados ao longo dos últimos meses, que incluem regularização fundiária, apoio à assistência técnica, ampliação do acesso ao crédito rural, investimentos em infraestrutura e logística, e outros.

"Nosso desafio é chegar em um resultado positivo através do esforço coletivo. Acreditamos que tudo isso é possível com a parceria de todos os envolvidos. Esse é o objetivo do Fórum: contribuir para o crescimento do Acre", afirmou Osmar.

Francinei Santos, diretor de administração e finanças do Sebrae, pontuou à Câmara as aplicações de diagnósticos, cursos, consultorias e outras ações de aperfeiçoamento às cadeias produtivas do leite, pecuária de corte, grãos, banana, mandioca, açaí e café, todas integradas entre Sebrae, Faeac, Senar, Sepa, Emater, Embrapa e SECT.

"É um trabalho a longo prazo, mas que, através do diálogo e do esforço conjunto, pode muito bem sair do papel e alavancar estas cadeias produtivas", explicou Francinei.

"Dentro de um critério aprofundado e de um planejamento estratégico, queremos mostrar para todos que o potencial do agro no Acre é imenso. Mesmo com alguns percalços, a Câmara acredita que o desenvolvimento do agronegócio é o único caminho possível, e através dele, transformar as vidas dos produtores e aumentar em quantidade e qualidade as produções acreanas", disse Veronez.

SOBRE O FÓRUM: O Fórum Permanente de Desenvolvimento do Estado do Acre é uma articulação que reúne diferentes setores da sociedade com o intuito de debater e alinhar, coletivamente, estratégias para impulsionar o desenvolvimento local, e tem suas ações estruturadas a partir de dois eixos fundamentais: a criação de um Observatório do Desenvolvimento e a construção de Rotas Estratégicas para o desenvolvimento sustentável do Acre. Integram o Fórum a FIEAC, Fecomércio, FAEAC, Federacre, Sebrae/AC, Governo do Estado do Acre, Ufac, Embrapa, IBGE, Amac, Banco do Brasil, Banco da Amazônia e Caixa Econômica Federal. Acesse o site oficial clicando AQUI.

SOBRE O OBSERVATÓRIO: Tem como proposta reunir informações estratégicas para o setor produtivo do Acre, avaliar o impacto de iniciativas empreendidas no estado, acompanhar o desempenho dos principais indicadores locais de desenvolvimento econômico, social e ambiental, e disponibilizar estudos sobre potencialidades e oportunidades de negócio no estado. A expectativa é de que esse trabalho contribua para a tomada de decisões, principalmente, de empresários, além de agentes públicos da esfera estadual e municipal, e da sociedade como um todo.

O estado do Acre se tornou destaque internacional neste mês graças à reportagem realizada pela equipe da emissora norte-americana Newsy. Com sede no estado do Missouri, as reportagens transmitidas pelo veículo jornalístico também podem ser acompanhadas por diversas plataformas digitais ao redor do globo.

E uma destas produções conta com a participação de Assuero Veronez, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre (Faeac). O tema central da reportagem foi o debate envolvendo as queimadas na região amazônica, e como estas afetam diretamente as populações amazônicas.

Em sua fala, o representante da Faeac apontou questões que vão da queima consciente ao desenvolvimento produtivo das terras para enfrentar a realidade econômica da região amazônica, marcada pela pobreza.

“A Amazônia tem 25 milhões de pessoas, aproximadamente. Essas pessoas têm o sonho de crescer economicamente, melhorar a qualidade de vida. A alternativa que temos é usar a inegável vocação agropecuária da região. A pobreza sempre será inimiga do meio ambiente”, acrescentou Veronez.

Clique AQUI e confira a reportagem na íntegra (em inglês).

Reunindo diversas entidades e palestrantes nacionais e internacionais, foi realizada na última quarta-feira (05/09) a abertura da primeira edição do Congresso Internacional de Pecuária Leiteira da Amazônia Ocidental.

O evento foi criado para trazer novas perspectivas ligadas às discussões mais atualizadas sobre o Sistema de Produção Leiteira, abordando temas como manejo de pastagem, manejo e reprodução do gado leiteiro, avaliação e desempenho das propriedades leiteiras, qualidade do leite, sustentabilidade, gestão e legislação pertinentes.

O lançamento da programação foi realizado na sede do Sebrae – Acre, e contou com a presença de representantes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre (Faeac), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar – Acre), Universidade Federal do Acre (Ufac), Instituto Federal do Acre (Ifac), e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Rodrigo Alvim, presidente da Comissão de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), foi um dos convidados para palestrar aos participantes do evento. Em sua fala, foi debatido o tema “Cenários e perspectivas para o mercado lácteo na Amazônia Ocidental”.

“É importante frisar o trabalho feito pela CNA, principalmente no que diz respeito às ações para defender os interesses dos produtores no Brasil. A pecuária de leite talvez seja a cadeia produtiva com mais eventos acontecendo ao longo do ano, e este congresso é fundamental para que o Acre consiga se transformar em uma bacia leiteira de destaque. Para isso, assuntos como assistência técnica e produção eficiente devem sempre estar presentes”, disse Alvim.

Para Jayane Alves, aluna do 8º período de Zootecnia, a experiência é importante para o futuro do setor no Estado: “As palestras estão sendo muito produtivas, e todos estes assuntos são trabalhados no curso. Toda essa experiência, que inclui até a presença de especialistas internacionais, poderão ser aplicadas futuramente quando meus colegas e eu ingressarmos no mercado de trabalho”.

Mauro Marcello Gomes de Oliveira, superintendente do Senar – AC, reforçou a importância da cadeia produtiva do leite no Acre: “É incrível como essa área de produção aparece nos diálogos que temos com as comunidades rurais. O Sistema Faeac/Senar quer ser parceiro nessa nova jornada, e temos certeza que será um caminho sem volta para transformar a realidade econômica e produtiva da nossa bacia leiteira”.

O congresso segue com a programação até sexta-feira (6 de setembro). Clique AQUI e confira os horários.